Reforma ortográfica para quem?

Tenho assistido aos comentários e discussões sobre a reforma ortográfica que uniria – e vai unir em 2008 – a ortografia de todas as línguas portuguesas no mesmo chão.
Para os que desenvolvem seus argumentos a favor, unificar a língua seria unificar a cultura dentre os ainda países periféricos - fortalecer os fracos para que se tornem fortes.

São muitas as questões envolvidas, mas desconfio de que não haverá efetivo resultado com uma reforma ortográfica pois não há como reformar os falantes de uma língua. Haverá é um trabalho enorme dos editores em atualizar livros e nós, já falantes e usuários da língua, nos adaptarmos às novas regras – como por exemplo a extinção do trema: estaremos em breve tranquilos em vez de tranqüilos, apesar de continuarmos falando "tranqüilos"... o mesmo acontecerá com "bilíngüe" que se tornará "bilíngue" apesar de...

Isso sem falar nos professores das classes de alfabetização e os outros de Língua Portuguesa - esses em pior situação - das classes do ensino fundamental e médio. Deveria o projeto de reforma ortográfica impor também uma norma para que se pague um adicional de salário a todos os professores de língua portuguesa!

Reforma ortográfica para quem? - é essa a pergunta que fica no ar e pelo vento segue de Moçambique a Macau da Bahia a Lisboa... e volta pra nossa boca do jeito que foi.

Em um dos textos abaixo, o ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça, declara: "Hoje, é preciso redigir dois documentos nas entidades internacionais: com a grafia de Portugal e do Brasil. Não faz sentido".

Você precisa redigir constantemente documentos assim? Eu não. Não faz sentido!

Então: Reforma ortográfica para quem? Acho que para mim é que não é.

Quem faz a língua são os falantes, e nisso há uma rica expressão de todo um modo de viver e de ser e os aspectos do afeto e da historicidade.

Somos nós, por exemplo, que tivemos nossa língua amaciada pela boca africana, como disse Gilberto Freire no essencial Casa Grande e Senzala. Diz Freire que a aliança da ama negra com o menino branco, da mucama com a sinhá-moça, do sinhozinho com o moleque acabou com a dualidade da língua falada na casa grande e a da senzala.

Reformar qualquer aspecto da língua – de cima para baixo (se é que vocês me entendem) - é brusco demais.

É muito estranho aos olhos, a boca e aos ouvidos.


ESTADO DE SP
15 setembro 2007
Estamos de acordo!
Francisco Seixas da Costa*

Nos últimos meses, verifica-se que o tema do novo acordo ortográfico da língua portuguesa tem estado em grande evidência no espaço público brasileiro. Nessa abordagem, a posição de Portugal tem merecido algumas referências, em alguns casos com imprecisões que parece importante não deixar passar em claro.

Não interessa fazer aqui um historial do que foram as anteriores tentativas de unificação ortográfica nem elaborar um inventário de supostas culpas pelo seu limitado sucesso. A doutrina, nesse âmbito, divide-se muito. Assim, proponho que olhemos adiante.

A reiteração da vontade de caminhar para uma norma comum, bem como o surgimento de novos países de expressão portuguesa, conduziu, em 1990, à assinatura de um novo acordo ortográfico, o qual deveria ter entrado em vigor, para todos os então sete subscritores, em 1994. Portugal ratificou esse acordo logo, em 1991.

Dois protocolos modificativos foram, entretanto, assinados. Um primeiro, em 1998, eliminando a data de 1994 como limite para a entrada em vigor do acordo, por se constatar a inexistência de ratificações suficientes até então. Um segundo, consagrando a entrada de Timor Leste e prevendo que o texto do acordo pudesse entrar em vigor desde que três países tivessem depositado entretanto os instrumentos de ratificação.

Em finais de 2006, verificou-se que Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe haviam ratificado esse segundo protocolo, pelo que é entendido que o acordo pode entrar em vigor. Algumas vozes consideram que, não obstante esses requisitos formais estarem preenchidos, seria importante que Portugal estivesse associado, desde o início, à entrada em vigor do novo acordo.

Convém fazer aqui um parêntesis para sublinhar que, pela aplicação do acordo, 1,6% do vocabulário usado em Portugal (e nos restantes países que seguem a norma portuguesa) deverá sofrer adaptações. No Brasil, essas mudanças abrangem apenas 0,5% das palavras. Mesmo assim, tem vindo a ser anunciado que o Brasil prevê a necessidade de um período de transição para a plena aplicação do acordo, de forma a permitir aos seus agentes editoriais fasearem os impactos das mudanças, em especial nos dicionários e livros escolares.

Gostaria de deixar bem claro que Portugal defende, como sempre defendeu, a importância de se caminhar num processo de harmonização ortográfica, em especial pela dimensão estratégica desse passo na capacidade de afirmação da língua portuguesa no mundo. Noto que, pela parte portuguesa, o acordo poderia ter entrado em vigor em 1994, o que não aconteceu por razões a que Portugal foi então alheio. A circunstância de tal não ter ocorrido acabou por suscitar no meu país uma reflexão mais amadurecida sobre os efeitos, em especial editoriais, das mudanças que o acordo implicaria. O governo português não pode deixar de ser sensível a esse debate, tanto mais que as alterações que atingiriam a norma de Portugal são bem mais significativas que no Brasil. É do saldo final dessa reflexão, a qual deverá atentar nos períodos de vigência dos manuais escolares, que vai depender a definição da posição portuguesa, que também tem de passar pelo necessário período de adaptação, antes da vinculação definitiva a uma futura norma comum.

Nas relações luso-brasileiras, parece por vezes existir um tropismo no sentido da dramatização das pequenas dissonâncias, como se o entendimento mútuo tivesse ciclicamente de passar por renovadas provas. A questão do acordo ortográfico parece ser um desses temas, como se uns anos a mais ou a menos na conclusão trouxessem algum mal ao mundo, que viveu sem ele até agora. O leitor ajuizará sobre se estaremos assim tão distantes: este artigo foi escrito sem recurso a nenhuma palavra que necessite de harmonização ortográfica. Esta é a melhor prova de que, afinal, e no essencial, estamos de acordo!

* Embaixador de Portugal no Brasil


FOLHA DE SP
01 setembro 2007
RUY CASTRO

Expulsos da língua


RIO DE JANEIRO - Ainda sobre a reforma ortográfica a entrar em vigor em 2008 e que se propõe a "unificar" a escrita no Brasil, em Portugal e nos países africanos onde a língua portuguesa disputa algumas bocas com dezenas de dialetos locais. Exceto pela volta à legalidade do "k", do "w" e do "y", continuo sem entender a que ela virá.
Não me consta, por exemplo, que nossos países escrevam certas palavras como enjôo, jibóia, desmilingüido e anti-social de forma diferente. Mas, pelo visto, é o que acontece. Daí que, a partir da "unificação", as ditas palavras se tornarão enjoo, jiboia, desmilinguido e antissocial.
Pena que, para isso, o acento circunflexo, o agudo do ditongo aberto, o trema e o hífen, de tantos serviços prestados, tenham sido quase que expulsos da língua. Mas imagino que, com essa medida, nossos cadernos literários, que mal têm espaço para escritores brasileiros, poderão abrir suas páginas para a literatura do Timor Leste e da Guiné-Bissau.
E como ficam certas idiossincrasias lingüísticas como, digamos, o nome Bahia? No Brasil, o "h" de Bahia sobreviveu graças a uma convenção. Mas, para os portugueses, a Bahia sempre foi a Baía, mesmo -talvez porque precisassem daquele "h" para escrever húmido. Bem, agora que o "h" de húmido caiu, eles também terão de escrever Bahia?
Sem falar na confusão que se instalará por lá ante a queda do "c" mudo. Com isso, facto (acontecimento, evento, realidade) passa a se escrever como fato (roupa, indumentária, traje). Pergunte a um inglês se ele admite perder o "u" de "colour".
Essa reforma privilegia o português do Brasil, e não é por acaso que Portugal hesita em assiná-la. Mas, com a adesão e os votos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, o Brasil pode e vai aplicá-la na marra. Que "unificação".


Folha de SP
31 de outubro 2007
LÍNGUA PORTUGUESA

Academias do Brasil e de Lisboa querem reforma ortográfica já
DA SUCURSAL DO RIO


A Academia Brasileira de Letras e a Academia das Ciências de Lisboa encerraram ontem sua reunião de dois dias, no Rio, com um objetivo comum: pressionar seus países para que realizem o quanto antes o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que pretende unificar as grafias das palavras em toda a comunidade lusófona.
Já assinado por Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, o acordo vem encontrando resistências em Portugal, em especial de editores de livros. Eles, segundo o vice-presidente da Academia de Lisboa, Antonio Braz Teixeira, "estão, de novo, exercendo pressão sobre o governo português no sentido de adiar, indefinidamente, a data de início de sua [do acordo] aplicação efetiva".
Teixeira propôs que a ABL se una à sua instituição numa campanha pela implantação da reforma em 2008.
"Os acadêmicos portugueses se declararam absolutamente favoráveis à implantação já do acordo", disse o presidente da ABL, Marcos Vilaça. O projeto da reforma prevê a implantação gradativa a partir de 2008, mas, para isso, é preciso que Portugal, Guiné-Bissau, Moçambique, Angola e Timor Leste ratifiquem o acordo.
Quando ele entrar em vigor, acabará o trema, serão reincorporadas ao alfabeto as letras k, w e y, e mudarão regras de uso do hífen e dos acentos agudo e circunflexo.
Folha de SP
20 agosto 2007
Brasil se prepara para reforma ortográfica
Novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008; mudanças incluem fim do trema


Ministério da Educação já prepara a próxima licitação dos livros didáticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL


O fim do trema está decretado desde dezembro do ano passado. Os dois pontos que ficam em cima da letra u sobrevivem no corredor da morte à espera de seus algozes. Enquanto isso, continuam fazendo dos desatentos suas vítimas, que se esquecem de colocá-los em palavras como freqüente e lingüiça e, assim, perdem pontos em provas e concursos.
O Brasil começa a se preparar para a mudança ortográfica que, além do trema, acaba com os acentos de vôo, lêem, heróico e muitos outros. A nova ortografia também altera as regras do hífen e incorpora ao alfabeto as letras k, w e y (veja quadro). As alterações foram discutidas entre os oito países que usam a língua portuguesa -uma população estimada hoje em 230 milhões- e têm como objetivo aproximar essas culturas.
Não há um dia marcado para que as mudanças ocorram -especialistas estimam que seja necessário um período de dois anos para a sociedade se acostumar. Mas a previsão é que a modificação comece em 2008.
O Ministério da Educação prepara a próxima licitação dos livros didáticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia. "Esse edital, para os livros que serão usados em 2009, deve ser fechado com as novas regras", afirma o assessor especial do MEC, Carlos Alberto Xavier.
É pela sala de aula que a mudança deve mesmo começar, afirma o embaixador Lauro Moreira, representante brasileiro na CPLP (Comissão de Países de Língua Portuguesa). "Não tenho dúvida de que, quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade se adequará. Levará um tempo para que as pessoas se acostumem com a nova grafia, como ocorreu com a reforma ortográfica de 1971, mas ela entrará em vigor aos poucos."
Tecnicamente, diz Moreira, a nova ortografia já poderia estar em vigor desde o início do ano. Isso porque a CPLP definiu que, quando três países ratificassem o acordo, ele já poderia ser vigorar. O Brasil ratificou em 2004. Cabo Verde, em fevereiro de 2006, e São Tomé e Príncipe, em dezembro.
António Ilharco, assessor da CPLP, lembra que é preciso um processo de convergência para que a grafia atual se unifique com a nova. "Não se pode esperar resultados imediatos."
A nova ortografia deveria começar, também, nos outros cinco países que falam português (Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste). Mas eles ainda não ratificaram o acordo.
"O problema é Portugal, que está hesitante. Do jeito que está, o Brasil fica um pouco sozinho nessa história. A ortografia se torna mais simples, mas não cumpre o objetivo inicial de padronizar a língua", diz Moreira.
"Hoje, é preciso redigir dois documentos nas entidades internacionais: com a grafia de Portugal e do Brasil. Não faz sentido", afirma o presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça.
Para ele, Portugal não tem motivos para a resistência. "Fala-se de uma pressão das editoras, que não querem mudar seus arquivos, e de um conservadorismo lingüístico. Isso não é desculpa", afirma.

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Em visita a São Paulo, José António Pinto Ribeiro falou da importância de acelerar alterações do acordo ortográfico

Parcerias com o Brasil incluem ainda estudo do valor econômico da língua, portal com textos no idioma e intercâmbio entre artistas

EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
FOLHA DE SP 14 DE JUNHO 2008

O principal mote da gestão do advogado José António Pinto Ribeiro, 61, ministro da Cultura de Portugal desde 30 de janeiro, é a língua portuguesa.
Pinto Ribeiro esteve em São Paulo no início desta semana, quando visitou o Museu da Língua Portuguesa, que pretende replicar em Lisboa, em parceria com a instituição brasileira.
Em entrevista à Folha, o ministro comentou a importância do acordo ortográfico, aprovado por seu país em 16/5 ("sem uma alteração, não temos uma política internacional comum para a língua"), e citou outras ações conjuntas com o Brasil, como um estudo do valor econômico do português e a criação de um portal na internet, com acesso gratuito a textos de ficção e não-ficção, em português. Leia trechos da conversa.




FOLHA - A sua antecessora, a ministra Isabel Pires de Lima, não era favorável à aprovação do acordo ortográfico por parte de Portugal. Como o sr. avalia a decisão final?
JOSÉ ANTÓNIO PINTO RIBEIRO - A proposta que ela vinha defendendo era a de ratificar o acordo ortográfico dizendo, no entanto, que ele só entraria em vigor daqui a dez anos [com a aprovação, o acordo será implantado em seis anos]. Isso me parecia uma idéia politicamente sem consistência. Porque das duas, uma: ou a gente casa ou a gente não casa. A gente não casa dizendo que o casamento só vale dali a dez anos. Então casa dali a dez anos. Por outro lado, temos que decidir se queremos ou não casar. Se [o acordo ortográfico] é uma coisa boa, então que seja o mais depressa possível. Se é má, então não queremos pura e simplesmente.

FOLHA - Quais as principais críticas feitas ao acordo, em Portugal?
PINTO RIBEIRO - Nós fizemos cinco revisões ao longo do século 20. E não morreu ninguém. Compreende-se que, quando mudou de cisne com "y" para "i", o Fernando Pessoa disse "eu vou continuar a escrever com y, porque me lembra o pescoço do animal". E não aconteceu nada, ele fez muito bem. Mas, por outro lado, ninguém quer que haja nenhuma perturbação na alteração, porque não estamos a tratar do léxico, da sintaxe, estamos a falar apenas da ortografia. E são muito poucas palavras. Mas, por que é necessário alterar? Porque sem uma alteração ortográfica nós não temos uma política internacional comum para a língua. Não temos motores de busca que vão atrás de quatro versões gráficas da mesma palavra. Não temos um programa informático que varie em função dessas coisas. E, se variar, fica muito mais caro.
O acordo ortográfico nos permite perceber que, se os brasileiros passaram a escrever segundo uma norma fonética, diferente da portuguesa, foi porque dom João 6º, quando veio para o país, trouxe a imprensa, os juízes, os funcionários, o Estado todo. Mas não trouxe dicionários. E não trouxe por quê? Porque a Academia Portuguesa, em 1793, portanto 15 anos antes da sua chegada, fez a letra "a" do dicionário da língua. Mas nunca se fez a letra "b", "c" etc. Todas as outras academias de língua européia fizeram no século 18 seus dicionários de língua. Nós não fizemos.

FOLHA - O sr. defende que o acordo tem impacto político e econômico...
PINTO RIBEIRO - A língua conforma a maneira como apreendemos o mundo, como equacionamos e resolvemos os problemas que ele nos coloca. Quando nós queremos utilizar uma norma que seja mais fonética e menos etimológica, estamos a tentar facilitar a aprendizagem, a utilização da língua como língua de instrução e, ao mesmo tempo, de contato. A língua é muito importante para expansão econômica de um país, seja Brasil, Angola ou Portugal, porque, sempre que ele quiser internacionalizar-se, ele não tem de mudar os manuais, de formar técnicos novos, de buscar intérpretes. Tudo isso facilita a internacionalização e a criação de espaço mais uniforme de intervenção de toda atividade econômica de um país no outro. Se pensarmos um bocadinho, vemos que a economia espanhola não se internacionalizou na China, na Índia ou na Rússia, ou Europa do leste etc.
Internacionalizou-se onde se fala castelhano, em toda a América Latina. São os maiores investidores na América Latina, maiores bancos, construtoras etc. E a partir daí entrou nos Estados Unidos, na Europa...

FOLHA - Que parcerias vêm sendo realizadas entre Portugal e Brasil?
PINTO RIBEIRO - A razão da minha visita ao Museu da Língua Portuguesa em São Paulo foi também perceber quais são as possibilidades de colaboração, o que nós podemos usar das soluções, daquilo que foi feito e criado no Brasil. Gostaria de fazer um museu da língua portuguesa em Lisboa, em diálogo com o de São Paulo. Ainda ao nível da língua temos um estudo sobre o valor econômico do português. Outro projeto é o de ter escritos científicos, técnicos, literários, on-line, acessíveis a toda a gente. Que estejam em domínio público ou tenham autorização específica dos autores. No século 18 e 19 dizia-se que língua é um dialeto que tem exército. Se não tem, morre.
Hoje, em parte, a língua transformar-se-á em dialeto se não for uma língua da net, se não for uma língua de pesquisa, de busca. Por isso é preciso fazer um grande esforço para tornar acessível tudo aquilo que forma o patrimônio da língua.
Outro projeto envolve uma coordenação política no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que vai se reunir nos dias 24 e 25 de julho em Lisboa, sob o tema língua portuguesa. O Estado português vai fazer um fundo, entre R$ 100 e 200 milhões, para o desenvolvimento, aprofundamento e internacionalização da língua portuguesa. Gostaríamos de ver que esse fundo fosse aplicado no âmbito da CPLP. Gostaríamos de coordenar os centros culturais de modo que eles não fossem centros nacionais de cada país, mas centros das culturas baseadas em língua portuguesa.
Há projetos ainda de intercâmbio. Este mês, o governo português vai lançar o projeto InovArt, que consiste em mandar 200 artistas portugueses, de até 35 anos, fazer residências profissionalizantes, por nove meses. Onde quiserem, desde que a entidade onde vai ser feita aceite. Gostaríamos que o Brasil pudesse receber os que quisessem vir. E gostaríamos ainda mais que, numa lógica da reciprocidade, mandassem seus artistas para Portugal.

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