A filosofia que não serve para a vida não serve para nada
Conheci a nobreza do Professor Claudio Ulpiano(1933-1999) em um curso sobre Gilles Deleuze há tempos...Foi o único curso sobre Deleuze que eu consegui frequentar sem sofrimento. Quem conhece Deleuze vai entender o que digo.
Ler Deleuze e ter visto/vivido/ouvido Ulpiano falar sobre o filósofo da "Lógica do Sentido" foi uma experiência inigualável não só para mim, mas acredito que para todos que tiveram essa oportunidade. Não é possivel ser o mesmo depois de tal encontro - sem exageros. Até hoje guardo as notas do curso.
Um encontro nesse sentido mesmo, como disse Ulpiano:
O nosso encontro pertenceu ao reino do encantamento, mostrando que a filosofia é uma linha melódica, tão poderosa, que produziu em nós um acorde, digo, ou melhor, repito - um acordo: o dos amantes do corpo expressivo, que só oferecem, um ao outro, o amor.
Na minha lista de Mestres que marcaram minha modestíssima formação filosofica também se inclui José Américo da Motta Pessanha... Até hoje consigo fechar os olhos e vê-lo. Tive o prazer de ver/ouvir/viver José Américo falando sobre filosofia e literatura muitas vezes.
Também soma-se a essa minha lista Gerd Borheim, com seu rosto marcante e aquele ar alemão, às vezes de bochechas rosadas, e mais a voz imponente e forte... com quem tomei um cafezinho -- com um grupo de amigos ali no boteco frente ao Teatro Carlos Gomes -- depois de uma palestra sobre Brecht, promovida pelo então diretor do teatro Aderbal Freire Filho. Generoso aquele moço tão alto. E que falava encantamentos até tomando um reles cafezinho num boteco.
Gerd morreu em 2002, de um tumor cerebral.
José Américo com uns 40 e poucos anos, do coração.
Claudio Ulpiano em 1999, de efisema.
A filosofia que não serve para a vida não serve para nada, disse Claudio Ulpiano.
A vida que não serve à filosofia, talvez, não sirva para nada também. Nem para um cafezinho num boteco sujo da Praça Tiradentes.
CLAUDIO ULPIANO DIZ
A criança é uma matéria prima, é uma potência, múltiplas forças em movimento. O que com ela temos de fazer - é entendê-la; aprender com ela, que ensinar é fazer uma viagem.
A filosofia é uma tarefa criativa, uma festa de delírio lógico - um excesso de entendimento.
A visita de um filósofo, com seus conceitos, por exemplo a um vírus, a um rato, a uma equação, a um filme, ou ao seu próprio mundo filosófico - o torna um nômade.
As idéias podem ser belas - e são belas quando de algum modo nos tornam mais potentes.
Justiça é a constante e permanente vontade de dar a cada qual o que lhe pertence.
O que posso chamar de livre senão aquilo que precisa só de sua natureza para efetuar sua existência?
Os homens não odeiam as ilusões, e não apenas as suportam - as desejam, mas delas fogem por causa das conseqüências quase sempre nocivas.
Quando algo é uma utopia, senão a partir do instante em que se pergunta sobre seu futuro ou sobre a possibilidade de sua efetuação? Deixe isto de lado; a revolução não tem futuro, e muito menos precisa de passado. Pense-se no evento, no acontecer dela.
Um escritor não deve considerar a pátria como uma coisa pronta. Pelo contrário, admitir que sua obra colabora para dar consistência, força e beleza à Pátria - e que esta, se distingue pelos trabalhos de seus artistas e cientistas, de seus pensadores.
Link interessante sobre Ulpiano...
CAOSMOS
Ler Deleuze e ter visto/vivido/ouvido Ulpiano falar sobre o filósofo da "Lógica do Sentido" foi uma experiência inigualável não só para mim, mas acredito que para todos que tiveram essa oportunidade. Não é possivel ser o mesmo depois de tal encontro - sem exageros. Até hoje guardo as notas do curso.
Um encontro nesse sentido mesmo, como disse Ulpiano:
O nosso encontro pertenceu ao reino do encantamento, mostrando que a filosofia é uma linha melódica, tão poderosa, que produziu em nós um acorde, digo, ou melhor, repito - um acordo: o dos amantes do corpo expressivo, que só oferecem, um ao outro, o amor.
Na minha lista de Mestres que marcaram minha modestíssima formação filosofica também se inclui José Américo da Motta Pessanha... Até hoje consigo fechar os olhos e vê-lo. Tive o prazer de ver/ouvir/viver José Américo falando sobre filosofia e literatura muitas vezes.
Também soma-se a essa minha lista Gerd Borheim, com seu rosto marcante e aquele ar alemão, às vezes de bochechas rosadas, e mais a voz imponente e forte... com quem tomei um cafezinho -- com um grupo de amigos ali no boteco frente ao Teatro Carlos Gomes -- depois de uma palestra sobre Brecht, promovida pelo então diretor do teatro Aderbal Freire Filho. Generoso aquele moço tão alto. E que falava encantamentos até tomando um reles cafezinho num boteco.
Gerd morreu em 2002, de um tumor cerebral.
José Américo com uns 40 e poucos anos, do coração.
Claudio Ulpiano em 1999, de efisema.
A filosofia que não serve para a vida não serve para nada, disse Claudio Ulpiano.
A vida que não serve à filosofia, talvez, não sirva para nada também. Nem para um cafezinho num boteco sujo da Praça Tiradentes.
CLAUDIO ULPIANO DIZ
A criança é uma matéria prima, é uma potência, múltiplas forças em movimento. O que com ela temos de fazer - é entendê-la; aprender com ela, que ensinar é fazer uma viagem.
A filosofia é uma tarefa criativa, uma festa de delírio lógico - um excesso de entendimento.
A visita de um filósofo, com seus conceitos, por exemplo a um vírus, a um rato, a uma equação, a um filme, ou ao seu próprio mundo filosófico - o torna um nômade.
As idéias podem ser belas - e são belas quando de algum modo nos tornam mais potentes.
Justiça é a constante e permanente vontade de dar a cada qual o que lhe pertence.
O que posso chamar de livre senão aquilo que precisa só de sua natureza para efetuar sua existência?
Os homens não odeiam as ilusões, e não apenas as suportam - as desejam, mas delas fogem por causa das conseqüências quase sempre nocivas.
Quando algo é uma utopia, senão a partir do instante em que se pergunta sobre seu futuro ou sobre a possibilidade de sua efetuação? Deixe isto de lado; a revolução não tem futuro, e muito menos precisa de passado. Pense-se no evento, no acontecer dela.
Um escritor não deve considerar a pátria como uma coisa pronta. Pelo contrário, admitir que sua obra colabora para dar consistência, força e beleza à Pátria - e que esta, se distingue pelos trabalhos de seus artistas e cientistas, de seus pensadores.
Link interessante sobre Ulpiano...
CAOSMOS