Erva do absinto



na minha mão
espalmada
abrem-se
os teus dedos
beijo aproveito ensejo

atento olhos que
não nos vê

depois fadas
lilás azuis secas
não respingam
uma gota sequer
do verdesangue

desse teu nome no meu 
 passado celeste

mão esburaca céu

teus dedos e pés
esburacam o meio do corpo
Abaixo dos pés do meu umbigo

pés no chão
batem esmagam
a fada sangue-verde

que saiu do peito
como coisa qualquer
que se desquer
na primavera.

( Andrea Carvalho Stark,  2010) 
 

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