metáfora
numa época em que homens e mulheres se iludem perante sua própria pressa e ambição, saber-se alguém equilibrado e sem grandes sílabas tônicas parecia, verdadeiramente, a grande felicidade. Mas não. Lucy nunca deixava de se espantar perante a sua terrível inação diante dos sonhos e desejos. Agia mas não o suficiente para andar , .um inatismo. Quando descobriu essa palavra (inatismo) passou a usá-la para se mover mas mesmo assim não. Era diferente a vida a cada palavra que ela encontrava e via que ali poderia estar. Mas isso tudo não quer dizer que Lucy era uma poeta. Não era mesmo. justamente por essa intimidade com os significados que ela julgava tão definitivos, ela não conseguia construir uma sequer metáfora e é disso que os poemas vivem, é disso que eles nascem, e saem para a vida volátil de poema; é isso, o que tenta alcançar algum sentido. Lucy os tinha todos e por completo. Também tinha olhos graúdos, cabelos lisos e longos quase cinturando e pernas longas, em corpo magro. Era uma bela mulher.