E O ALFREDO?


NOSSA EXPERIÊNCIA FACEDRAMÁTICA.


Estivemos participando de uma escrita coletiva de texto dramático em uma comunidade de relacionamento vritual, o Facebook.

O projeto se chama FACEDRAMA, bem apropriadamente. E de quem foi a iniciativa? Não sabemos...

Primeiro, ficamos confusos com tantas regras, mas regras são necessárias, nem que seja para não seguirmos e assim nos sentirmos artistas revolucionários, contemporâneos e blá blá blá... (brincadeirinha...)

Como escrever para nós é um sabor de vinho, assim, uma coisa de elaboração, escritura e reescrituras, estranhamos um pouco e "pagamos alguns micos", como se diz... Nunca fomos bons no improviso e esse povo do "impro" tem velocidades impressionantes! Além de uma velocidade no teclado que valha-me Deus!

Mas até os "micos" poderiam ser produtivos. Pois tudo é motivo ali. É como se lançassemos uma corrente e outro pega e amarra em outra e assim vai.

Acontece assim:um bando de gente se junta às 10 horas da noite de uma segunda-feira em uma página de Internet, gente que nunca se viu, com uma certa liberdade, espírito não-competitivo, espontaneidade e uma boa dose de disposição para se divertir. Um ser do além, o dono do perfil que não sei quem é, lança uma proposta. Daí os Facedramaturgos, ou seja, todos que estão ali na página, lançam suas palavras...

E assim foi. Eu me diverti. Se o sono não me interrompesse o pensamento (aquele dia foi cansativo!) teria ido até o final. Aliás, como terminou a história? E o Alfredo?

Não terminou. Alguns temas propostos não "pegaram", outro pegou mais que um outro, e tudo fica assim mesmo no ar, necessitando de um "dramaturg", ou alguém que pegue o texto e o ajude nas rubricas. Pois só com diálogo não se faz um texto dramático.

Falta conflito? Falta. Falta rubrica? Falta. Falta um certo drama? Falta.

Então, que experiência é essa?

Acho que a mais importante: uma dessacralização do texto, uma abertura, um jogo como é o teatro, a liberdade de brincar com situações, a valorização do improviso.

É esse um terreno bem árduo, mas é uma forte tendência no teatro de hoje. O teatro mais coletivo, mais participativo, mais aberto às intervenções. Às vezes, nascem coisas abomináveis (que nos diga Dona Barbara Heliodora), mas outras vezes sai um sopro de vida na mesmice sonolenta que anda nos assombrando por aí.

Será bom para o teatro? Não sei. Mas o que importa? Segunda próxima estaremos lá de novo. Sem pretensões, sem intenções, e com as mãos ágeis para não perder a "deixa".

Desejamos "merda" pro FACEDRAMA! Esperando que alguns desses textos sejam levados ao palco com toda a nobreza do drama que lhes cabe.


É só chegar!

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